História do Municipio de Sítio Novo
História do Município de Sítio Novo/RN
Origens e Fundação
Sítio Novo, localizado no estado do Rio Grande do Norte, a aproximadamente 111 km de Natal, teve seu processo de povoamento iniciado em 1787, quando colonizadores portugueses começaram a explorar a região, até então habitada por comunidades indígenas, como os potiguares, que deixaram marcas culturais na formação do município. A economia inicial era baseada na agricultura de subsistência e na pecuária, com destaque para o cultivo de milho, feijão e mandioca, além da criação de gado, adaptada às condições do bioma Caatinga, que caracteriza 100% do território municipal. O nome "Sítio Novo" deriva de uma fazenda homônima que marcou o início da ocupação da área, destacada em registros históricos como um ponto de referência para os primeiros colonos.
A emancipação política de Sítio Novo ocorreu em 31 de dezembro de 1958, por meio da Lei Estadual nº 2.339, que desmembrou o território do município de São Tomé. Não há registros de um fundador específico, mas o desenvolvimento do município foi impulsionado por famílias de colonos e líderes comunitários que organizaram a vida social e econômica da região. A religiosidade sempre foi um pilar importante, com a comunidade inicialmente vinculada à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em São Tomé, e posteriormente à Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus, em Tangará.
Desenvolvimento Histórico
No século XIX, Sítio Novo era um vilarejo rural, com uma população composta por pequenos agricultores e pecuaristas que enfrentavam os desafios das secas cíclicas do sertão nordestino. A construção de açudes e cisternas foi essencial para a sobrevivência da comunidade, que dependia da água para a agricultura e o consumo humano. No início do século XX, a vila começou a ganhar forma com a construção de uma capela dedicada a São Francisco de Assis, que se tornou um ponto de encontro para celebrações religiosas e festas populares, como a tradicional Festa de São Francisco, realizada anualmente em outubro.
Após a emancipação em 1958, Sítio Novo experimentou um crescimento gradual, com a criação de uma administração municipal que priorizou a construção de escolas, posto de saúde e melhorias na infraestrutura básica. Durante as décadas de 1960 e 1970, o município enfrentou desafios relacionados à migração rural, com muitos jovens deixando o interior em busca de oportunidades em cidades maiores, como Natal. Apesar disso, a identidade cultural de Sítio Novo se fortaleceu, com a valorização de tradições como o artesanato em argila e as manifestações folclóricas, incluindo o bumba-meu-boi e as quadrilhas juninas.
Pontos Turísticos
Sítio Novo destaca-se como um destino turístico no interior do Rio Grande do Norte, combinando belezas naturais, culturais e históricas. Entre os principais atrativos, estão:
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Serra da Tapuia: Localizada próxima à sede do município, a serra é um dos principais pontos turísticos, oferecendo trilhas ecológicas e vistas panorâmicas da Caatinga. É um local ideal para atividades como hiking, observação de aves e contemplação da paisagem, especialmente ao nascer e pôr do sol. A serra também abriga formações rochosas que atraem geólogos e turistas interessados em ecoturismo.
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Castelo de Zé dos Montes: Construído por José dos Montes, um agricultor e visionário local, o castelo é uma estrutura única, erguida na década de 1980 com inspirações místicas e religiosas. Feito de pedras e cimento, o castelo é decorado com símbolos esotéricos e atrai visitantes curiosos pela sua história e arquitetura peculiar. É um marco cultural que reflete a espiritualidade e a criatividade do povo de Sítio Novo.
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Açude do município: O açude é um ponto de lazer e um símbolo da resiliência da população frente às secas. Além de sua importância para o abastecimento de água, o local é usado para pesca artesanal e encontros comunitários, especialmente durante o período chuvoso, quando se torna um ponto de beleza cênica.
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Igreja de São Francisco de Assis: Situada no centro da cidade, a igreja é um marco histórico e religioso, sendo palco da tradicional Festa de São Francisco, que reúne moradores e visitantes em celebrações que combinam missas, procissões e eventos culturais.
Fauna e Flora
Sítio Novo está inserido integralmente no bioma Caatinga, caracterizado por uma vegetação adaptada ao clima semiárido, com árvores e arbustos de pequeno porte, como o juazeiro, o xique-xique, a faveleira e o mandacaru. Durante o período chuvoso, a paisagem se transforma, com o florescimento de espécies como o umbuzeiro e a catingueira, que fornecem sombra e frutos para a população local. A flora da região também é utilizada na medicina popular, com plantas como a aroeira e o caju sendo empregadas para tratar doenças respiratórias e inflamatórias.
A fauna é igualmente diversa, adaptada às condições do sertão. Entre os animais mais comuns, destacam-se o mocó, o preá, o tatu-peba e aves como o gavião-carcará, a seriema e o canário-da-terra. Répteis, como o calango e a jiboia, também são frequentes, enquanto mamíferos de maior porte, como o veado-catingueiro, estão em declínio devido à caça e à perda de habitat. A preservação da fauna e flora é um desafio constante, com iniciativas locais buscando a conscientização ambiental e a proteção de áreas como a Serra da Tapuia.
Políticas Públicas
Nos últimos anos, Sítio Novo tem implementado políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida. A administração municipal, em alinhamento com o governo estadual, tem focado em:
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Abastecimento de água: Projetos como a construção de cisternas e a ampliação de sistemas de adutoras têm sido prioridade para mitigar os efeitos das secas. Em 2024, a governadora Fátima Bezerra anunciou investimentos em infraestrutura hídrica para a região, beneficiando Sítio Novo.
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Educação e saúde: O município possui uma cobertura de atenção primária à saúde de 69,50%, com esforços para reduzir a mortalidade infantil, que em 2022 registrou uma taxa de 13,33 por mil nascidos vivos. Na educação, escolas municipais têm recebido melhorias, com programas de alfabetização e inclusão digital.
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Turismo e cultura: A prefeitura tem promovido o turismo ecológico e cultural, com incentivos para a preservação do Castelo de Zé dos Montes e da Serra da Tapuia. Eventos como a Festa de São Francisco e feiras de artesanato são apoiados para atrair visitantes e movimentar a economia local.
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Igualdade social: Políticas de gênero, como a campanha “Mulher, seu lugar é onde você quiser”, lançada em 2023, visam combater desigualdades e promover a participação feminina na política e no mercado de trabalho. Programas de assistência social também apoiam famílias em situação de vulnerabilidade.
Atualidade
Em 2025, Sítio Novo mantém uma população estimada em cerca de 4.654 habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE, com uma leve tendência de redução devido à migração para centros urbanos. Apesar disso, o município segue investindo em infraestrutura e turismo, buscando se consolidar como um destino no interior potiguar. A economia local ainda depende da agricultura e pecuária, mas o comércio e o turismo têm ganhado espaço, especialmente com a valorização de seus atrativos naturais e culturais.
A combinação de história, tradições e belezas naturais faz de Sítio Novo um município singular. A preservação de sua identidade cultural, aliada a esforços para superar os desafios socioeconômicos, posiciona a cidade como um exemplo de resiliência no sertão nordestino. A administração local continua a trabalhar na transparência e no desenvolvimento sustentável, com o objetivo de melhorar os índices sociais e atrair mais visitantes para conhecerem o “verdadeiro presente da natureza e da história” que é Sítio Novo.